A noz-de-cola é a fruto de uma árvore que mede aproximadamente de 6 a 8 metros de altura, pertencente as plantas do gênero Cole, da subfamília Sterculioideae (Malvales). As variedades mais comuns são obtidas de árvores do oeste da África ou da Indonésia, como Cola nítida ou Cola vera.
Originária da África Ocidental, também conhecido pelos nomes de abajá, café-do-Sudão, cola, mukezu e OBÌ, possui um gosto amargo e grande quantidade de cafeína.
Usada por muitas culturas do oeste africano, tanto medicinalmente quanto religiosamente, desde épocas muito remotas, muitas vezes utilizada cerimonialmente ou oferecida aos convidados especiais.
O OBÌ é a semente sagrada da religião dos ÒRÌSÀ.
Em hipótese alguma é permitido parti-lo com instrumentos de aço ou ferro, este já vem com seus gomos delineados pela própria natureza e esta regra em abri-lo somente com as mãos e com o auxílio das unhas deve ser obedecida, a violação desta obrigatoriedade é quase que um sacrilégio.
Não se trata simplesmente de “abrir” o OBÌ, na verdade o ato é revestido de cerimônia com rezas e libações de água, as partículas
que produzem as raízes do OBÌ, existentes dentro dele são retiradas com as unhas enquanto algumas exortações são proferidas. Insubstituível dentro do culto, está presente em todas as cerimônias, desde o “nascimento” até a “morte”.
Muitos dentro da cultura não dão muito valor aos amplos detalhes quanto ao “jogo do OBÌ”, e é neles que se encontram todos os segredos relativos ao bom andamento dos ritos e cerimônias e do sucesso por eles esperados.
Saber abrir um OBÌ e entender suas “mensagens” é o mínimo que se pode exigir de um sacerdote de qualquer ramificação das religiões afrodescendentes.
Os tipos mais conhecidos são:
– O OBÌ Gbanjá: possui dois cotilédones (gomos) e não deve ser usado ritualisticamente, segundo os “padrões convencionais”, já que não possui propriedades sagradas e “ÀSE” para utilizações litúrgicas.
Seu uso mais comum é como alimento ou terapias alternativas, existem inúmeros sacerdotes que o utilizam em ritualísticas restritas.
– O OBÌ ÌDÁRIN ou ÀBÀTÀ: possui de 3 à 6 cotilédones (gomos), são usados ritualisticamente para inúmeras cerimônias dentro do Culto aos ÒRÌSÀ e amplamente usado como consulta de IFÀ.
Oferenda por excelência de todas os ÒRÌSÀ do Panteão YORÙBÁ, com exceção de SÒNGÒ que oferecemos o ORÓGBÓ.
Os que possuem 4 gomos são os mais empregados nos rituais do EBORÍ, deve ser o primeiro alimento oferecido a este Imole.
O OBÌ pode variar sua cor entre o rosa e o vermelho, mas todos com uma coloração clara em seu interior.
Os mais raros são os OBÌ totalmente branco denominado pelo nome de OBÌ EFUN, somente exigido pelos ÒRÌSÀ FUNFUN e mesmo assim deverá obrigatoriamente possuir mais de 2 gomos.Devemos ficar atentos à algumas praticas de clareamento artificial de OBÌ, condenáveis numa ritualística que prega “o mais natural possível”.
Salientando que a falta de esclarecimento e conhecimento de certos Sacerdotes e Sacerdotisas, levam inúmeros filhos a exigirem exclusivamente em suas liturgias, o referido OBÌ branco.
Esta “obsessão” em relação ao OBÌ branco, raríssimo de ser comercializado, estimula comerciantes inescrupulosos a agirem de forma ilegal.
Mergulhado em substâncias químicas, tais como ácido clorídrico e outras substâncias tóxicas, que visam alterar a cor natural do OBÌ. Esses OBÌ alterados são comercializados livremente sem nenhuma inspeção dos órgãos competentes.
O fruto fica comprometido, apodrecido, mau cheiroso e sobretudo venenoso, mas INFELIZMENTE são oferecidos aos ÒRÍSÀ e compartilhado em comunhão litúrgica entre o Sacerdote ou a Sacerdotisa e seus Omo ÒRÌSÀ Kon.
Após esta técnica o OBÌ fica branco e para não comprometer ainda mais a sua estrutura, são mantidos em soluções diluídas de formaldeído portanto, deve-se ficar muito atento na hora da compra.
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Kì OYA ìwúre wa
Ìyá Angela Ti Oya